Queen The Greatest | EP 42: Queen + Bejart: Balé Para As Massas
- M.S.
- 14 de jan. de 2022
- 3 min de leitura

(fotografia de: Richard Young)
Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora.
Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda e da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.
Neste episódio é revisitada a extraordinária colaboração entre os Queen, Versace e o revolucionário coreógrafo, Maurice Béjart (com um pouco de Mozart adicionado em boa medida!) - e mostrando o que seria a última apresentação ao vivo de John Deacon.
Brian May: "Pensámos ‘oh querido’, porque é uma coisa estranha de fazermos, em primeiro lugar, não tocamos há sabe-se lá quanto tempo. Não temos um vocalista. É uma canção e é preciso ter uma produção inteira para uma canção, uma performance. E depois chegou aquela mensagem de Elton, a dizer: 'Vamos tocar'."
Roger Taylor: “E essa foi a última atuação de John, para sempre. E eu consegui perceber não estava feliz porque estava a fumar cigarro atrás de cigarro, e muito, muito nervoso e tinha ficado muito traumatizado por ter perdido o Freddie."
Inspirado no álbum Made in Heaven dos Queen, e movido pelo desejo de chamar a atenção para a pandemia da SIDA e a tragédia das pessoas que morreram demasiado jovens por causa dela, o coreógrafo de renome internacional, Maurice Béjart, abordou os Queen com uma visão extraordinária para um novo balé que se inspiraria nas vidas de Freddie Mercury e do ex-diretor de dança de Béjart, Jorge Donn, ambos perdidos para a SIDA.
Roger Taylor: "Conheci o Maurice Béjart na inauguração da estátua de Freddie. Era um homem fascinante e seus olhos azuis penetrantes iluminavam-se e levavam-nos a seguir o seu entusiasmo. (...) Ficámos encantados que alguém querer fazer algo tão criativo com a música. Então, porque não?”
Brian May: "Como poderíamos dizer ‘não’ a um gigante de outra disciplina na nossa…, alguém que vem ter connosco e pergunta se pode usar a nossa música? Que coisa maravilhosa. Quero dizer, sim."
Com o extenso e eclético catálogo de músicas dos Queen para escolher, Béjart começou a criar um bailado que interpretava algumas das músicas mais icónicas da banda de formas completamente novas.
Béjart também adicionou inteligentemente algumas músicas de Mozart à mistura, e à medida que o bailado ganhava forma, procurou depois Gianni Versace para desenhar o guarda-roupa.
Roger Taylor: "Sempre tivemos uma regra de usar preto ou branco em palco, e Gianni Versace criou um guarda-roupa maravilhoso, e ele manteve-se fiel a essa espécie de regra. E é tudo imaculado, penso que parece ótimo. (...) Maurice trouxe realmente para o espetáculo alguns dos aspectos das nossas actuações ao vivo, incluindo até mesmo a coloração, as cores e a iluminação. Parece tudo muito vivo. Parece muito moderno."
Em Janeiro de 1997, o bailado estreou em Paris e incluiu uma atuação dos Queen, acompanhados por Elton John, que viria a revelar-se outro marco na história da banda.
Brian May: "O primeiro espetáculo público a sério iria ser em Paris, e falámos sobre estar lá e dissemos que gostaríamos de estar lá. (...) Pensámos ‘oh querido’, porque é uma coisa estranha de fazermos, em primeiro lugar, não tocamos há sabe-se lá quanto tempo. Não temos um vocalista. É uma canção e é preciso ter uma produção inteira para uma canção, uma performance. E depois chegou aquela mensagem de Elton, a dizer: 'Vamos tocar'."
Roger Taylor: “E essa foi a última atuação de John, para sempre. E eu consegui perceber não estava feliz porque estava a fumar cigarro atrás de cigarro, e muito, muito nervoso e tinha ficado muito traumatizado por ter perdido o Freddie."
Brian May: "Deacy, o nosso querido amigo John, creio que não chegou ao mesmo lugar que nós. E o John está lá, mas o John está realmente tão desesperadamente desconfortável com tudo aquilo. Pode-se ver que todo o seu corpo está como que a reagir contra isso. (...) E no fim disto diz: 'Nunca mais consigo fazer isso. Não sou capaz.' E era verdade, esta foi a última vez que o John tocou connosco, em público."
Maurice Béjart: "Não sou juiz do meu próprio trabalho. Adoro os meus trabalhos. Claro, gosto muito do último. Gosto muito daquele que as pessoas adoram porque é natural. Mas um artista nunca volta a olhar para o seu passado."
O Ballet For Life foi uma parte crucial da história dos Queen, e 25 anos continua bem vivo e em digressão, cativando e animando plateias por todo o mundo.
Roger Taylor: "Fiquei muito satisfeito por ver a música acompanhada por Mozart, Versace e o maravilhoso bailado Maurice Béjart. Levou-nos a outra esfera."
Brian May: "Fez-nos algo de realmente importante. Mudou a forma como nos sentíamos sobre a continuação da música dos Queen no mundo, e estou muito feliz, muito orgulhoso desse momento no tempo em que a música dos Queen e de Mozart e Maurice Béjart se reuniram num só lugar."
Próxima semana: 2002 We Will Rock You - The Rock Theatrical
Fonte: Queen Online