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Roger Taylor fala à Louder Sound


Saíram, há uns dias, entrevistas de Brian May e Roger Taylor à Louder Sound, num trabalho dividido, textualmente, em duas partes. Primeiro o baterista, depois o “doc”. Desta forma, vamos olhar também por partes. Hoje, Rog.


Numa breve e genérica análise à entrevista, podemos dizer que se trataram de perguntas interessantes, pois eram muito directas, vocacionadas para respostas curtas e concisas, mas com espaço para Taylor ser bem explícito e o leitor ficar esclarecido. E em vez de uma tradução simples da entrevista, o que nos levaria a alguns factos do conhecimento comum de qualquer fã de Queen (é bom de ver que uma publicação destas é para fãs e também não fãs da banda), preferimos, pela extensão da entrevista, deixar as notas mais relevantes da mesma. Aquilo que pode ser menos conhecido ou novo para os fãs.


Antes de mergulhar nas palavras em si, um facto interessante deixado pela publicação: Taylor, quando percebeu que os planos dos Queen para 2020 iam ser irremediavelmente afectados pela Covid, foi passar algumas semanas no Mediterrâneo a bordo do seu iate. Queriam? Fossem estrelas de rock de uma das bandas mais bem-sucedidas de sempre…


As 500 milhões de visualizações de I Want To Break Free: Taylor, como sempre, atento ao mundo da música, sublinhando que hoje as tabelas de vendas não têm o peso de antigamente. Foi sempre uma característica do baterista, atenção ao que se passava em redor e perceber tendências, mesmo hoje, septuagenário. É bom ver que Taylor está atento a isso. A estes pequenos marcos que a música da banda vai atingindo. Como o 1º lugar nas tabelas do disco ao vivo de Q+AL.

(foto de Lola Taylor)


1968, numa “jazz room”, no Imperial College: Conhece um tal de Brian May. E os primeiros sonhos de domínio global e a dose necessária de arrogância, sublinhados por Taylor como necessários ao triunfo e uma lição para os mais novos, cremos.


1969, véspera de Ano Novo, numa banca no Kensigton Market: Taylor recorda os tempos, a propósito de uma foto de 69, em que conheceu Freddie. Tempos duros, mas recordados com carinho por Rog. Tão duros que a ideia de uma saída à noite era conhecer raparigas para lhes sacar umas bebidas…

(foto do Instagram de Roger Taylor)


Roger Taylor e os Genesis: Uma das pérolas da entrevista. Apesar de Taylor revelar que eles não perguntaram “Queres juntar-te à banda”, ele ficou com a clara sensação que essa era a ideia quando o convidaram para ouvir umas músicas em estúdio e para uns copos a seguir. Rog também revelou que teve uma boa oferta de Ian Hunter e Mick Ronson. O baterista também deixou claro que, apesar de ter sido o primeiro a gravar um disco a solo, nunca teve ambições de deixar os Queen, mesmo que esse álbum tivesse sido um sucesso global.


A Night At The Opera: Sobre A Night At The Opera, Taylor não o considera o melhor álbum, sim o mais eclético. É uma opinião interessante, pois o baterista diz claramente que prefere vários outros. Revelação surpreendente, mas é possível que Taylor prefira as criações mais pesadas.


Queen e o punk: O “seu” Sheer Heart Attack, apesar de ter sido iniciada em 74, saiu só em 77, em pleno punk. Fica aqui a sensação de que, cronologicamente, Taylor já estava a trabalhar uma sensibilidade punk antes deste o ser, pois o ritmo da música sempre foi este. Sobre o famoso encontro com Sid Vicious, não ficou claro qual a real versão dos factos, apesar de Taylor o considerar uma pessoa “pouco inteligente”. Já Johnny Rotten teve direito a elogios. De novo, a sensibilidade rocker a vir ao de cima…


Hot Space e Under Pressure: Taylor, mais uma vez, a “bater” em Hot Space. Nada de novo aqui. É público a sua falta de afecto pelo disco. Sobre UP, a juntar a tudo o que é mais ou menos público, Taylor revela que foi ele e Bowie que terminaram a música em Nova Iorque, com poucos inputs do resto da banda. John e Bri nem sequer foram aos EUA. Ficamos com a sensação de que Under Pressure foi mesmo um acaso, resultado de uma noitada bem bebida e que esteve perto de nem sequer ser uma música… Fica a ideia que Bowie e Taylor eram os únicos a achar que a música valia a pena o investimento de tempo e dinheiro.


Os últimos anos de Freddie: Taylor revela que havia percebido, ainda em 86, que Freddie não estava bem fisicamente. Os 90s foram, para Taylor, uma década perdida, graças ao processo de luto e as dificuldades em lidar com isso. Foram 5 anos muito difíceis. Pessoalmente, imaginamos o quão duro deve ter sido fazer o concerto de tributo a Freddie e Made In Heaven. Por outro lado, Taylor afirma que se Freddie fosse vivo a banda estaria, muito provavelmente, junta mas de outra forma, sem tocar ao vivo.


A relação c/ Brian: Sempre foi a fonte das maiores desavenças dentro da banda, por causa dos arranjos e as notas, a relação com o guitarrista, apesar de hoje serem como “irmãos de outra mãe”. O ano de 2020, como sabemos, a nível de saúde, foi muito duro para Brian e Taylor mostrou-se bastante preocupado com isso, embora diga que May está em plena recuperação, tratando bem da forma física. Quando não está a… salvar uma formiga ou assim (Taylor a dar uma bicada ao “irmão”).


Adam Lambert: Existe uma música gravada com o vocalista, ainda que não esteja terminada. Sobre um álbum, Taylor não exclui a hipótese. Se Adam e Brian o quiserem, Taylor estará lá também.

(foto de Queen Productions)


Fim da 1ª parte. 2ª parte, Brian May

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