Queen – A Night At The Oscars
- A Administração
- 1 de mar. de 2019
- 3 min de leitura

Vamos usar este título descaradamente roubado algures na internet. Ao autor do mesmo, obrigado pela brilhante denominação ao que se passou no início desta semana. Foi mesmo a noite dos Queen. Foram 4 Óscares. Se nos tivessem dito isto há um ano nós não acreditávamos.
Na realidade o título deste texto assenta que nem uma luva ao que vimos. Todas as sensações, as imagens, as emoções daquela noite seriam dignas de um disco inteiro dos Queen, secundados pelo habitual colorido e o espampanante dos álbuns da banda que também vimos na passadeira. De facto, se os 4 rapazes se sentassem no estúdio, inspirados pelo que tivemos, saía um belíssimo disco…
Havia espaço para canções de amor, porque ninguém resiste aquela declaração de Malek a Lucy Boynton. Há a família, pela presença da mãe do actor e evocação do pai. Há a recompensa contra todas as hipóteses. Houve as luzes daquele pequeno palco do tamanho do mundo. Persistiram também as trevas dos críticos em cima de mais uma vitória da banda… Sim, porque não foram raras as opiniões contrárias à chuva de ouro…
Não iremos discutir os méritos de cada galardão. Qualquer coisa que disséssemos seria hiperbólica perante o nosso afecto pelos Queen. E faltaria a objectividade necessária para avaliar a justiça desta estrondosa vitória. Importa sim sublinhar que são 28 os prémios que o filme arrecadou. Prova que algum mérito artístico o filme tem de forçosamente ter e/ou o legado da banda continua fortíssimo.
Começando pelo princípio e pelo momento mais aguardado: a abertura, um pequeno medley WWRY/WATC. A escolha não podia ser mais acertada: primeiro a declaração de que os Queen continuam a dar o rock e a fazer-nos vibrar (apesar de ser um pouco deprimente ver que muitos daqueles actores não conseguiam bater palmas ao ritmo) e depois a declaração de que ainda somos os campeões do Mundo, digam o que disserem. No fim, Freddie Mercury a abençoar a cerimónia. Emocionante, no mínimo. Auspicioso início para um evento cuja relevância está a cair a pique, com o recorde negativo de audiência no ano passado. Na verdade, há 30 anos que não existiam Óscares sem apresentador e o risco era elevado, mas calculado. E colocar os Queen (mais de 800M de dólares na bilheteira depois) a abrir era vitória certa. Resultado? A audiência subiu 12% em relação ao ano passado. E ainda a coisa não tinha entrado bem na velocidade de cruzeiro, já BohRhap arrecadava dois troféus, os de som.
Fast forward: A consagração definitiva de Rami Malek. Ninguém contava com o pleno das nomeações. Seria até, se calhar, injusto. Mas Malek entrava em campo como o favorito. Mas nem com o Globo de Ouro e o BAFTA dava para calar boa parte da crítica, sempre tão ciosa de atacar os Queen… E mais uma vez, os mesmos Queen conseguiram o improvável: vencer! O Melhor Actor era Rami Malek! Por toda a internet um bruah! Entre os fãs, total regozijo. Era como se fossemos nós ali, a receber a estatueta. O discurso… Emocionado. E emocionante. O amor a Boynton, à família, aos Queen e à diversidade trazida por Mercury. Em cima do acontecimento, Roger Taylor comentou a vitória para a TV britânica, dizendo que Malek foi incrível, com intensidade e ganhou tudo o que havia para ganhar. Referiu ainda que o actor possui muitas das qualidades de Freddie e que se “aproximou espiritualmente (de Freddie), lia-se nos olhos, mesmo num corpo diferente”.
Depois de tanta emoção, mais temática para músicas para o A Night At The Oscars. Em primeiro lugar, um cheiro a jocosidade e comédia, com várias pessoas, nomeadamente Lady Gaga (mega fã de Queen) a tentar endireitar o laço de Malek, que teimava em não ficar direito. Depois do prémio, um susto, com o actor a cair do palco e a ser ladeado por médicos e restantes convidados.
Por fim, e após tantas emoções, uma prenda para todos os fãs: Adam Lambert anuncia a estreia de um documentário chamado The Show Must Go On. Trata da relação entre o vocalista e os Queen e estreia dia 29 de Abril no canal ABC. É estarmos atentos. Seria uma boa música para fechar o A Night At The Oscars, não?! The Show Must Go On por Lambert.
Só um breve apontamento, por fim. Bohemian Rhapsody vai estrear na China. Sim, vão cortar as alusões homossexuais, mas vai chegar ao gigante asiático. O que significa uma abertura de um mercado brutal e um provável aumento exponencial de receitas.
Será uma noite para recordar, sem dúvida! Ganhar 4 Óscares iria encher Freddie Mercury de felicidade, sem dúvida. Ia também reagir com enorme sentido de humor…. Só dá para imaginá-lo a soltar uns “darling” para aqui, um “fuck it” para acolá. Mas iria ficar tão contente por Malek. E certamente ia adorá-lo!