- 19 de abr. de 2024

Brian May participa na nova faixa de Ian Hunter Precious com seus amigos Joe Elliot e o falecido Taylor Hawkins. A faixa faz parte do novo álbum de Ian Defiance Part 2: Fiction, que é lançado hoje pela Sun Records.
Comunicado de Imprensa: O álbum - que apresenta uma capa original pintada por Johnny Depp - inclui o eletrizante primeiro single, Precious, com Taylor Hawkins na bateria e a inconfundível guitarra do seu amigo de longa data, Brian May (que começou a sua própria jornada para uma superestrela quando os Queen acompanharam os Mott the Hoople na sua digressão de 1974 pelo Reino Unido e América do Norte).
"Nós demo-nos muito bem com os Queen" diz Hunter. "Quando se está numa banda, pode-se ficar realmente aborrecido um com o outro, mas eles eram apenas tipos normais, era como estar na estrada com nove caras em vez de apenas cinco. O Freddie era hilariante e eu mantive contato com o Brian até hoje."
Precious
Taylor Hawkins: Bateria
Brian May: Guitarras Elétricas Ritmo e Solo, Baixo
Joe Elliott: Background Vocals
James Mastro: Saxofone
Ian Hunter: Piano
Fonte: Queen Online

Neste dia nascia, em Fort Worth no Texas - Estados Unidos da América, o inigualável Taylor Hawkins.
Taylor teve a coragem de ser baterista durante vinte cinco anos nos Foo Fighters. Sim coragem, afinal os Foo Fighters foram fundados Dave Grohl, um dos melhores bateristas do mundo.

Taylor Hawkins não foi “apenas” baterista, também cantava, tocava guitarra e piano, um verdadeiro músico com energia contagiante… e claro como todos sabemos Taylor Hawkins era um verdadeiro fã dos Queen.
Antes de se juntar aos Foo Fighters em 1997, Hawkins foi baterista de Sass Jordan e de Alanis Morissette, e esteve também na banda Sylvia. Em 2004 Hawkins fundou Taylor Hawkins & The Coattail Riders que lançaram três álbuns entre 2006 e 2019.
Alguns anos mais tarde, mais precisamente em 2013, Hawkins formou os Chevy Metal, uma banda de covers de Rock. E finalmente em 2014, Hawkins anunciou o seu novo projeto The Birds of Satan, cujo álbum de estreia prestou homenagem aos grandes nomes da música dos anos 70, incluindo os nossos Queen como é claro.
Hawkins apareceu no auto-intitulado álbum a solo de Slash, lançado em 2010, onde fez backing vocals para o tema Crucify the Dead que conta com Ozzy Osbourne nos vocais.
Finalmente em 2021, Hawkins e os membros de Jane's Addiction, Dave Navarro e Chris Chaney formaram um supergrupo chamado NHC.
O eterno Hawkins esteve sempre envolvido em diversos projectos e para além de ser um músico de excelência, também entrou no mundo do cinema. Em 2013 desempenhou brilhantemente o papel de Iggy Pop no filme CBGB, um filme sobre o lendário bar nova-iorquino que é considerado o berço do PUNK. Em 2022 fez de si próprio juntamente com os outros membros dos Foo Fighters no filme de comédia e terror Studio 666.

A relação de Taylor Hawkins com os Queen era bastante próxima e igualmente conhecida, ele que era um verdadeiramente um fã da banda como nós.
Exemplo disto foi a entrevista que deu em 2021 à Kerrang , onde afirmou que o seu amor pelos Queen começou quando tinha 10 anos e assistiu pela primeira vez a um concerto da banda. Esse concerto deu-se durante a Hot Space Tour, quando a banda tocava no Anfiteatro Irvine Meadows, a 11 de Setembro de 1982. Nesse dia começava a sua paixão pelos Queen, e em particular a sua admiração por Roger Taylor.
Anos mais tarde seria Hawkins o mentor de Rufus Taylor, ou seja, um dos filhos do seu maior ídolo... Além de mentor de Rufus ele era também um grande amigo dele, já Roger considerava Hawkins o seu irmão mais novo.

Aquele menino que em 1982 viu os Queen, acabou mesmo por tocar um sem número de vezes com eles. Os Queen e os Foo Fighters tinham uma relação única. E para nossa alegria, foram muitas as vezes em que Taylor Hawkins dividiu o palco com os nossos rapazes, e chegou mesmo a dividir o estúdio.
Em 1998 Taylor Hawkins colaborava na energética Cyborg do nosso Brian May, editada no álbum Another World, relançado em 2022. No ano de 2005 Hawkins fazia backing vocals no single de Queen + Paul Rodgers, C-lebrity. Em 2011 marcaria presença no documentário Days of Our Lifes e no mesmo ano colaborou na selecção das músicas incluídas na compilação Deep Cuts, que abarca temas menos conhecidos dos Queen no seu período inicial entre 1973-1976. Já em 2019, Taylor Hawkins ficou encarregue de completar uma gravação inacabada de um tema de Dennis Wilson, baterista dos The Beach Boys intitulada Holy Man, tendo escolhido Brian May e Roger Taylor para o acompanharem nesta aventura, que seria lançada em single.

No que toca a interpretações, foram muitos os momentos em que Taylor Hawkins homenageou os Queen, tendo inclusivamente por diversas vezes, nos concertos dos Foo Fighters, recriado os míticos jogos vocais de Freddie com o público.
Como referimos anteriormente Hawkins não só homenageou inumeras vezes os Queen ao vivo, como chegou mesmo a dividir o palco com Roger e Brian. Ele foi o Fã que realizou um desejo de muitos de nós, ou seja ter a oportunidade de tocar com os seus ídolos.
Para além disso Taylor Hawkins, na companhia, Dave Grohl introduziu os Queen no Rock and Roll Hall of Fame, em 2001, sendo que nesta cerimónia, Dave e Taylor tocaram com os Queen uma energética Tie Your Mother Down.
Cinco anos mais tarde, Taylor Hawkins promovia um encontro de Roger e Brian, em palco com os Foo Fighters, no Hyde Park em 2006 perante cerca de 85 mil pessoas. E no mesmo ano desta vez nos VH1's Rock Honors, Dave Grohl e Taylor Hawkins na bateria acompanharam os Queen + Paul Rodgers numa poderosa We Will Rock You, com direito a três baterias. Em 2007, no SOS ALLstars, que decorreu no estádio de Wembley, Taylor juntou-se a Roger e Chad Smith para a abertura do evento. No mesmo ano na O2 Arena em Londres Brian e Roger juntavam-se novamente aos Foo Fighters, para uma interpretação de ’39.
Em 2010, nos Coattail Riders Taylor Hawkins voltava a tocar com Roger Brian e também com Ruffus ao vivo em Londres. Nesta ocasião Taylor Hawkins aproveitou a oportunidade para montar uma secção do concerto verdadeiramente para die-hard fans. Brian cantou a Long Away ao vivo pela primeira vez na história, I’m In Love With My Car, Sleeping on the Sidewalk e Tenement Funster também fizeram parte do alinhamento.

Em 2011, os Foo Fighters utilizaram a Body Language dos Queen para um engraçado vídeo de promoção para a sua tour na América do Norte. Nesse mesmo ano, a 11 de Julho, no iTunes Festival, os Queen juntariam-se uma vez mais aos Foo Fighters. Roger ocupava a bateria de Taylor Hawkins que cantou de plenos pulmões Tie Your Mother Down, com Brian e Dave Grohl nas guitarras.
São mesmo um sem número de colaborações… em 2019 Roger Taylor assumia novamente a bateria dos Foo Figherts, passando então Taylor Hawkins para voz interpretando uma vez mais Under Pressure.
A sua banda de covers Chevy Metal, contava também com covers de Queen, alguns muito especiais, como por exemplo a velhinha Doing All Right, um tema dos Smile, banda que o Taylor Hawkins chegou mesmo a usar uma t-shirt. Nos Chevy Metal além da Doing All Right tivemos covers de Crazy Little Thing Called Love, Dragon Attack, Hammer to Fall e I Want to Break Free, It's Late, Keep Yourself Alive, Sheer Heart Attack e Tie Your Mother Down, só mesmo um fã acerrimo para tocar estes temas!

Taylor Hawkins tinha uma coleção particular que era um verdadeiro hino ao Rock 'n' Roll, e por exemplo contava com fotografias dos Queen, duas réplicas da Red Special e também o bombo utilizado por Roger Taylor, no Tributo a Freddie Mercury em 1992. E por falar bombos, Taylor Hawkins chegou a fazer a suas homenagens aos Queen através deles nos seus concertos com os Foo Fighters.

Taylor Hawkins foi o fã que se tornou amigo da banda, foi o fã que se tornou músico e que tirava de si o foco para num sem número de vezes prestar homenagem à sua maior inspiração... os Queen.
E sem que nada o fizesse esperar a última atuação de Taylor Hawkins ocorreria no dia 20 de Março de 2022 no Lollapalooza na Argentina. No seu momento central Hawkins prestou uma vez mais a sua homenagem aos Queen, sendo que a última música que cantou em palco foi Somebody to Love, um tema imortal, tão imortal quanto Taylor Hawkins!
A 30 de Março de 2022, e cinco dias após a trágica partida de Taylor Hawkins, Roger Taylor dedicaria o seu OBE ao baterista dos Foo Fighters, declarando que Hawkins era um dos seus "maiores amigos". Roger dedicou igualmente o seu Outsider Tour Live a Taylor Hawkins.
Taylor Hawkins além de um músico excecional, foi alguém que fez um trabalho notável pela manutenção do legado do Rock ‘n’ Roll e por isso, não foi nenhuma surpresa o número de estrelas do mundo da música que se juntaram para o homenagear. O primeiro deste tributos decorreu no dia 3 de Setembro, no estádio de Wembley e o segundo decorreu no KIA Forum, no dia 27 de setembo, e, como é claro, Brian, Roger e Rufus marcaram presença nas duas noites. Acompanhados de estrelas como Justin Hawkins, Luke Spiller, Sam Ryder e Pink!, interpretaram temas como We Will Rock You, I'm in Love With My Car, Under Pressure, Somebody to Love e Love of my Live. Estes tributos a Hawkins foram inspirados no grande Concerto de Tributo a Freddie Mercury de 1992.

Este artigo pretende mostrar um pouco carreira do eterno Taylor Hawkins e, acima de tudo demostrar a sua paixão e relação com os Queen.

No passado dia 16 de Novembro, Brian May deu uma entrevista à revista Variety, que poderão ver abaixo.
Com o lançamento da box set de The Miracle – uma reedição alargada com 8 discos, do álbum de 1989 – os fãs não terão apenas acesso a temas nunca lançados, mas poderão espreitar o processo de trabalho da icónica banda.
Enquanto que a edição de colecionador inclui temas como Face It Alone e Too Much Love Will Kill You (que seria suposto integrar o álbum, mas que foi removida em cima da hora), o grande bónus desta box são os diálogos das sessões de gravação de 1988. Ouvir o riso, as provocações e queixas, durante a criação de The Miracle – gravado depois do diagnostico de HIV de Freddie. Ouvir estes momentos produz um prazer comparável a ver o documentário dos Beatles Get back, produzido por Peter Jackson e à sua riqueza de brincadeiras saudáveis e bem-humoradas.
"Ao ouvir os nossos diálogos no The Miracle, sinto como se estivesse no meio das nossas sessões – descobrindo alegria, descobrindo frustração” diz o guitarrista dos Queen, Brian May, quando telefona de Londres. "Essa era a intenção: convidar as pessoas para o ambiente do nosso estúdio nesse ponto no tempo."
Mas The Miracle não é a única coisa na mente de May – abaixo ele menciona uma possível digressão de Queen (mais) Adam Lambert em 2023 e fala sobre o lançamento de uma versão alargada do seu EP Star Fleet Project lançado em 1983 com Eddie Van Halen.
May fala também carinhosamente sobre Brendon Urie dos Panic! At The Disco e do baterista de Foo Fighters, Taylor Hawkins – cujos recentes concertos memoriais contaram com a presença do guitarrista dos Queen – bem como sobre o espanto que continua a sentir quando confrontado com os talentos do seu amigo – Freddie Mercury.
Entrando no The Miracle, os quatro decidiram, que daí para a frente, iriam partilhar os créditos de forma igual. Essa era uma estreia. O que levou a banda a essa decisão?
Foi uma decisão interna, parte do nosso processo de crescimento, penso eu. Nós percebemos, cada vez mais, que o facto de sermos competidores era bom para a nossa criatividade, mas muitas vezes era prejudicial para tomarmos as decisões certas e conseguir o máximo uns dos outros. Então, decidimos partilhar os créditos de escrita e fez uma grande diferença para nós. De repente, não parecia que estávamos a trabalhar no bebé de outra pessoa. Estavas a trabalhar em algo partilhado, no qual todos tinham algum interesse. Deu-nos uma nova energia, acendeu uma nova chama no nosso processo criativo.
Este novo processo criativo começou no final de 1987, um ano em que a banda começou a considerar onde estava, mentalmente e fisicamente. Como eram as discussões inciais?Onde estavam as vossas cabeças, ou a do Freddie, nesse ponto?
É difícil levar a minha mente de volta a essa altura. Eu sei que tínhamos tido uma grande aventura fora da banda antes daquele momento. E estamos todos preparados para colaborar, e tirar total partido do facto de sermos maiores juntos do que a soma das nossas partes. O escrever juntos era uma coisa, mas nós percebemos o quão bem tínhamos trabalhado juntos. Aquela química, era rara, preciosa e não era algo que poderias ter montado artificialmente. Pela graça do senhor, nós tínhamo-nos encontrado com talentos que se complementavam. Então coisas como Was It All Worth It são bastante interativas de uma maneira em que não tínhamos sido durante anos. Nós apenas nos lançámos, ficámos muito entusiasmados e divertimo-nos.
Então, os Queen de 1987-1988 eram apenas quatro rapazes a improvisar à volta de um microfone?
Absolutamente. Totalmente interativo. Todos na mesma sala ao mesmo tempo. Foi muito entusiasmante. Houve muitas coisas que fizeram com que parecesse a altura em que estávamos a gravar o primeiro álbum. Muitas contribuições. As coisas cresceram no estúdio. A box destaca isso porque ouves o processo criativo – nós estamos a dar tudo – de outtakes significativos, letras alternativas, tentativas de solos diferentes e takes vocais, a quantidade de discussões saudáveis. Ouves a sua evolução. E há um álbum inteiro do que poderia ter sido, em oposição ao que se tornou.

Vocês incluíram as brincadeiras e diálogos das sessões como parte da Box de “Miracle”, mostrando o processo dos Queen nos bastidores de uma forma que faz lembrar o “Get Back” de Peter Jackson. Os quatro a falar de uma maneira tão pessoal é uma escuta comovente.
Essa é uma boa comparação. Eu gostei de ver o “Get Back”, e ouvir as conversas dos Beatles. Agora, ouvir os nossos diálogos no “The Miracle”, sinto como se estivesse no meio das nossas sessões – descobrindo alegria, descobrindo frustração. Essa era a intenção: convidar as pessoas para o ambiente do nosso estúdio nesse ponto no tempo.
“Face It Alone” com Freddie Mercury foi o primeiro tema da box de “The Miracle” a ser lançado, e é surpreendente ouvir o quão em bruto ele era. Do que te lembras sobre a gravação desse tema?
Muito pouco. Eram fragmentos entre muitos outros fragmentos naquela altura, ou talvez outras canções estavam a chamar-nos mais à atenção. Eu lembro-me do som da melodia… ficou presa na minha cabeça. Foi feita incrivelmente rápido. O Freddie provavelmente escreveu as suas palavras de manhã, e estava a trabalhar na canção com o seu estranho teclado. Nem me lembro de tocar guitarra nela, para ser honesto. Provavelmente, estava só a tocar algo que nos levasse ao próximo verso, algo para encher (o tema).
Então, a vossa equipa de engenharia de som, montou elementos para conseguir completar “Face It Alone”.
Sim. Resistimos à tentação de ir lá e fazer uma parte comigo a tocar novos trechos na guitarra. Resistimos também, à tentação de o tornar no épico que se poderia ter tornado. Poderia ter sido transformado numa maior construção. Mas queríamos entrega-lo o mais simples possível. Como podem ouvir, é muito em bruto, como muito pouco na pista… tão poupado quanto possível. Há sítios em que os rapazes resgataram uma palavra ou frase para aparecer no verso, o que faz sentido – o Freddie gravou três takes – mas é isso.
Quando a versão que ouvimos foi terminada e apresentada a ti, qual foi a primeira coisa que te passou pela cabeça?
Os rapazes fizeram-me uma surpresa, por isso fiquei bastante emocionado. Tudo o que conseguia ouvir eram as cordas vocais de Freddie, a trabalhar tão esplendidamente e apaixonadamente…. Sim, eu estava bastante emocionado. Foi como se ele estivesse aqui, e tu percebesses, novamente, o enorme talento que tinha. Um ser humano tão incrível com um instrumento extraordinário.
A box agora inclui “Too Much Love Will Kill You,” que era originalmente parte do alinhamento de “The Miracle,” até ao último minuto. O que aconteceu?
Era parte do alinhamento até termos entrado numa grande disputa sobre a publicação. Observa, eu tinha-a escrito originalmente com outras pessoas fora da banda. Podes escrever um livro sobre isso, como a escrevi para o meu álbum a solo, o Freddie adoro-a. E quando a trouxe para a banda, os outros também a adoraram. Mas, de repente, particularmente o Freddie, não queria receber um 1/16 da publicação. Algo que eu entendo, então atingimos um impasse e metemos o tema na prateleira. Na box, restauramos o seu vinil para a maneira como era suposto ser. É, contudo, apenas agora que percebo o que se deveria estar a passar dentro da cabeça dele. Neste ponto no tempo, não sabíamos que ele estava a fazer tratamentos. Provavelmente estava. Poderia estar associado com o Freddie falar sobre demasiado amor estar a matá-lo. As músicas assumem significados diferentes para pessoas diferentes em alturas distintas.
Considerando que há ainda outros álbuns dos Queen que ainda não receberam o tratamento de box set com raridades, é justo dizer que há ainda outros tesouros que ainda não foram ouvidos e lançados?
É possível. Não sabemos realmente até voltarmos lá. Eu não teria previsto que teríamos tanto material não lançado do “The Miracle”, como se provou. Suponho que iremos encontrar muitos mais tesouros escondidos, sim.

Brendon Urie dos Panic! at the Disco fez uma performance famosa de “Bohemian Rhapsody” num espetáculo ao vivo. Eles contactaram-no, por e-mail, dizendo o quão próximas as suas novas músicas “Star Spangled Banger” e “God Killed Rock and Roll” eram dos Queen, e quão profunda a vossa influência era para a banda deles. Podes falar-nos sobre essa correspondência?
Posso apenas dizer que admiro aqueles rapazes. Eles têm um grande talento, e é um grande elogio para nós que eles nos incluam como uma influência e que nos absorvam na sua própria obra. Deixa-me muito feliz. Há um sentimento similar com os Foo Fighters. Esse é o derradeiro elogio, que uma banda queira tocar o nosso material, absorve-lo e fazer algo novo a partir dele.
Eu estava preparado para evitar discutir os Foo e o Taylor Hawkins com receio que te pudesse deixar em baixo – mas a vossa participação daqueles tributos foi uma forma de agradecer a Hawkins e aos Foo Fighters.
Definitivamente, sim. Eles são como uma família para o Roger e para mim, o Taylor Hawkins era o elo de ligação – o rapaz que me ligava sempre às 3 de manhã. Tenho saudades dessa chamada. Sempre cheio de entusiasmo. “Hey Brian, devias aparecer por aqui e fazíamos uma jam.”. De todas as pessoas que partiram demasiado novas, ele é o que deixará mais saudades.

O próximo ano marca os 12 anos desde que Adam Lambert se tornou parte dos Queen. Gravaste “Lucy” no álbum de 2015 “The Original High” de Lambert. Depois de todo este tempo, há alguma chance de tu, o Roger e o Adam gravarem uma nova música juntos, e irão vocês os três andar em digressão em 2023?
Há uma grande possibilidade de partirmos em digressão juntos novamente. Estamos a falar sobre isso, enquanto eu e tu estamos a falar, a tomar essas decisões. Agora, começa a ser uma decisão maior à medida que ficas mais velho. Já não tenho 35 anos, e deixar a minha casa durante dois meses não é fácil. Mas sentimos que se estivemos todos bem e em forma, que gostaríamos de sair mais uma vez. Provavelmente seria nos Estados Unidos da América em algum ponto em 2023. Espero que isso aconteça, mas há uma forte possibilidade. Quanto à nova música? Tenho de te dizer que ainda não aconteceu, mas o assunto vem à tona. Geralmente, quando estamos juntos, os espectáculos ao vivo consomem tudo. Não há realmente tempo para discutir nenhuma ação em estúdio. Sentimos que os espectáculos ao vivo são o que o público quer. E quando não estamos em digressão, o Adam tem a sua própria carreira – ele já me mostrou algum material em que está a trabalhar para o próximo álbum, e é extraordinário. Então, eu suponho que a oportunidade para fazer um álbum juntos não apareceu, mas não estou a dizer que não poderia acontecer.

OK, então vocês os três não estão a gravar um álbum de Queen. Há mais algum álbum a solo de Brian May no horizonte?
Estou a trabalhar na box set de “Star Fleet”, que é o nº.3 nas Brian May Gold Serie (sendo que os primeiros dois foram as box sets de “Back To The Light” e “Another World”) e provavelmente será lançado a meio do próximo ano.
Referes-te aos temas de 1983 que fizeste para a série de ficção científica com fantoches “Star Fleet”?
Sim. E estou muito entusiasmado com ele, já que ao abrir estas tapes estou numa jam com o Eddie Van Halen e com o Phil Chen. É altamente emocional, novamente, porque o Ed já não cá está. Nem o Phil. E eu tenho estado a falar com o Alex (Van Halen) e comecei a pensar sobre como eu gostaria de me ter mantido mais próximo do Ed. Tenho imensos remorsos sobre isso. Ele era uma alma maravilhosa – um Peter Pan que nunca cresceu, nunca quis crescer e que nunca deveria ter crescido. Ele ainda deveria estar connosco. Ao ouvi-lo, a ele e a mim, eu senti-me completamente ultrapassado por ele em estúdio. Mas numa maneira muito agradável – que felicidade para mim estar perto de um rapaz que conseguia fazer tudo aquilo. Que privilégio. Então, irão ouvir-nos no estúdio em duelo. Nunca fui muito fã da mistura original de “Star Fleet”, o single, então demos-lhe uma limpeza. Agora, o som do EVH está incrível. Irão ouvir o desenvolvimento do solo do Eddie, que sempre considerei uma das melhores coisas que ele fez… um clássico realmente imortal de Ed Van Halen. E ainda mais do que em “The Miracle”, vamos dar-vos tudo. Todos os takes de todos os temas. As coisas que correram mal, os risos, a descoberta de novas coisas para fazer.

Fonte: Variety