- 15 de mar. de 2023

Em Março de 1965 e após 18 meses de trabalho, o nosso Brian May e o seu Pai Harold May davam por terminada a mítica Red Special!
E como sabem o nosso Brian continua a tocar com ela, apesar deste ano, nossa amada guitarra, estar completar cinquenta e oito anos! Mas claro que existem diversas replicas como é bem sabido.
Por esta data ser tão especial, abaixo apresentamos um texto que vos dará a conhecer um pouco da história desta mítica guitarra, que torna o som dos nossos Queen tão único e especial.

O Senhor Harold May, Pai do nosso Brian, tinha aptidão para a música, Brian revelou que o Pai tinha um piano lá em casa e que conseguia tocar tudo o que ouvia de ouvido. Brian herdou esse dom, sendo um músico mais intuitivo em relação aos músicos mais técnicos, pois não tinha muito jeito para ler música.
A aproximação de Brian à guitarra começou pelo ukelele. Isto porque durante o serviço militar na II Guerra Mundial, o seu Pai fazia-se acompanhar por instrumento chamado Banjolele. Que Harold costumava chamar de ukelele-banjo. E a título de curiosidade esse Banjolele foi o utilizado no tema dos Queen Bring Back that Leroy Brown.

Harold May tocava ao estilo de George Formby, um ator, cantor, compositor e comediante inglês e o jovem Brian ouvia os acordes de George Formby, tocados pelo seu Pai, e assim fazia a ligação às músicas Rock ‘n’ Roll da época. Foi nessa altura que sentiu que precisava de uma guitarra mais do que tudo no mundo. Então para seu 7.º aniversário pediu um presente aos pais, que lhe fizeram a vontade e lhe ofereceram uma guitarra acústica Egmond. O George Harrison tinha uma idêntica e apesar de ser uma guitarra bastante básica, para Brian este era o seu veículo para se tornar um guitarrista. O agora Sir. Brian May ficou tão apegado a esta guitarra que a restaurou e ainda a preserva consigo.
No entanto Brian queria mais que a sua Egmond, mas na nessa altura não era fácil para a família May comprar uma guitarra mais cara e por isso, Harold e Brian decidiram construir o seu próprio instrumento musical.

Brian e o seu Pai idealizaram a Red Special como semiacústica. Nenhum era especialista na área, mas a força de vontade e muito trabalho levou à criação do instrumento. Mas claro, o fato de Harold ser um engenheiro de eletrónica, deu bastante jeito quando Brian quis tornar a sua guitarra elétrica.
Ao longo de dois anos, a Red Special foi desenvolvida nos temos livres, sendo utilizadas apenas ferramentas manuais, a sua construção foi realizada numa oficina instalada num quarto que tinham livre na sua casa em Feltham, Middlesex.
E como os recursos eram limitados, foi necessária muita reutilização. Por exemplo para o braço da guitarra, foi usada madeira de uma lareira que na altura tinha já 100 anos e que andava por lá espalhada. A parte central da guitarra foi feita a partir de uma mesa de carvalho, sendo a madeira muito dura e difícil de trabalhar, deixando-os até com bolhas nas mãos. Foi realmente algo verdadeiramente homemade, Brian recordaria mais tarde que chegou a tapar os buraquinhos de insetos feitos na madeira do braço com fósforos.

O guitarrista revelou que todo este processo foi algo que contribuiu para a construção do seu caráter, pois, durante os dois anos de construção da guitarra Brian teve que aprender a perdoar-se quando as coisas por vezes não corriam bem, ao mesmo tempo que tentava alcançar a perfeição. Brian considerou que todo este processo lhe forneceu importantes lições de vida.
A Red Special foi pela primeira vez tocada em público num concerto dos 1984, no Molesey Boat Club em Putney em 1966. E cinquenta e sete anos depois desse mítico concerto, a Old Lady continua a acompanhar Brian em todas as ocasiões, tonando-se numa autêntica relíquia do Rock. Ao longo dos anos, a mítica guitarra já teve de passar por alguns restauros, mas a idade não poupa ninguém, nem a mítica Old Lady.

Este foi apenas um resumo da história da inconfundível guitarra de Brian May, mas se quiserem saber mais sobre a Red Special recomendamos-vos o livro Brian May’s Red Special, feito pelo nosso Brian em colaboração com Simon Bradley. É um livro bastante completo que conta toda a história da construção da mítica guitarra, explorando todos os seus aspetos técnicos; intervenções que sofreu e entre outras histórias e analisa ainda como esta se tornou uma parte essencial dos Queen.
Se quiserem ficar a conhecer melhor os aspetos técnicos da guitarra, abaixo temos um vídeo do nosso amigo Filipe Sousa. Ele é guitarrista dos A Kind Of Queen e assim como Brian, também construiu uma Red Special com o seu Pai e irá, explica-nos todos os pormenores.
Nota: Este artigo teve como base o livro “Brian May´s Red Special”, da autoria do próprio Brian May e Simon Bradley. Em algumas fontes, como o próprio site de Brian May, a data de conclusão indicada é 13 de março de 1963, mas por outro lado no livro oficial sobre a guitarra, Brian ilustrou o processo de construção da guitarra com fotos das várias fases e estas fotos estão catalogadas como tendo sido captadas entre Maio de 1963 (modelo da guitarra – antes da construção); Agosto de 1963 (peças da guitarra para construção); Julho de 1964 (peças a serem coladas) ou em Setembro de 1964 (corpo da guitarra em construção). Por isso, tendo em conta o livro, seria impossível a guitarra estar completa em março de 1963 segundo essa fonte. Pelo contrário, 1963 é assinalado como o ano em que começou a construção da guitarra, sendo que a maioria das fontes apontam para Agosto/Outubro de 1963 como data mais provável de início. A duração apontada é de cerca de 18 meses, estando por isso pronta entre Fevereiro/Março de 1965. De qualquer forma este é um daqueles momentos da história dos Queen, cuja data precisa é complicada de indicar, exatamente por existirem tantas fontes (e fiáveis) como o próprio site do Brian ou o livro “Brian May´s Red Special” que divergem tão enormemente.
Agradecimentos:
Um enorme obrigado ao Leonel Silva e ao Nuno Custódio pela ajuda na verificação de fontes para este artigo, o agradecimento estende-se também ao Filipe por nos ter facultado o seu vídeo sobre a Red Special.

- 29 de jan. de 2023

Quem segue o nosso trabalho sabe que um dos nossos objetivos, enquanto comunidade, é dar a conhecer a história de todos aqueles que partilham esta nossa paixão pelos Queen. No nosso recém-terminado projeto, o Queen em Revista, tínhamos o nosso Espaço Fã onde realizámos entrevistas a onze fãs de Queen que partilharam connosco a sua história. Estas entrevistas serão publicadas, na integra, a partir do mês que vem, mas gostaríamos de conseguir manter este espaço para os fãs e, por isso, iremos continuar com as entrevistas ou a publicar textos de todos os que queiram partilhar connosco a sua narrativa.
Para hoje e graças à Alexandra Freire trazemos uma entrevista com a sua filha Amy R.. Ficámos a saber através da Alexandra que a sua filha de Amy de 17 anos, para além de ser uma enorme fã de Queen, utilizava também uma Red Special nos seus projetos musicais.
Num mundo em que se teima querer fazer música praticamente sem instrumentos musicais, retirando ao Rock 'n' Roll a sua maior importância, lembrando quase o musical e We Will Rock You, onde Scaramouche toca guitarra quando estas eram proibidas, a Amy fez o mesmo... descobriu a sua Red Special e é com ela que toca os seus temas originais.
O mote estava assim dado, tínhamos de conhecer a Amy para perceber o porquê desta decisão.
Quais as tuas maiores influências musicais?
Para além, e até mais que os Queen, as minhas maiores influências são Pink Floyd e King Crimson.
Quando decidiste começar a tocar guitarra?
Inicialmente comecei aos 9 anos e toquei durante 3 anos até desistir por não me ter interessado muito. Voltei a tocar em 2020 na guitarra clássica que tinha comprado aos 9 anos e acabei por comprar uma guitarra elétrica no final desse ano.
Em que estilo encaixas as tuas composições?
Rock Alternativo
Sabemos que tocas com uma Red Special, podes dizer-nos porquê?
Não só é uma guitarra única em aspeto mas também em termos de som. O circuito permite uma versatilidade de sons enorme o que a torna uma guitarra excelente para uma grande variedade de estilos. Além disso, o Brian May é um dos meus guitarristas favoritos, por isso também teve influência na minha escolha desta guitarra.
Qual o teu maior sonho no mundo da música?
Poder viver da música.
O que significam para ti os Queen?
Os Queen são a banda que mais influenciou o meu gosto musical. A minha mãe mostrou-me a banda quando eu tinha por volta de 4/5 anos (se calhar até antes) e desde aí que eu ouço Queen. Foram a banda que me deu a paixão pela música que me levou a começar a tocar guitarra.
Tens algum álbum e música favoritos da banda?
O meu álbum favorito é A Kind of Magic e a minha música favorita é Killer Queen.
Onde te podemos ver tocar?
Ficam desde já convidados para a assistirem ao showcase ao vivo no próximo dia 04/02 no Bar/ Concerto Damas na Rua Voz do Operário em Lisboa.
Muito obrigado à Amy pela entrevista e à Alexandra que nos deu a descobrir esta história fantásica, os Queen atravesam mesmo gerações!

Hoje o nosso querido Brian May celebra o seu 74.ª aniversário, à boleia desta data tão especial republicamos um artigo original da revista BLITZ, sobre o facto de Brian não utilizar palhetas para tocar guitarra.
Brian May admitiu, em entrevista ao programa "Raised On Radio" da BBC, não utilizar palhetas para tocar guitarra.
"Costumava usar palhetas muito flexíveis, achava que eram boas para obter velocidade. Mas, lentamente, fui percebendo que quando mais rígidas fossem mais sentia o que acontecia na corda, nos dedos", explicou.
A solução encontrada por Brian foi uma velha moeda gasta, conhecida no Reino Unido como sixpence. "Era tudo aquilo de que precisava. Mudei a forma como a segurava, dobrei um dos dedos em redor, e nunca mais quis outra coisa".

"É macia o suficiente para não partir as cordas de aço porque é feita de prata, níquel ou outra coisa", acrescentou.
Fonte: BLITZ