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Vamos usar este título descaradamente roubado algures na internet. Ao autor do mesmo, obrigado pela brilhante denominação ao que se passou no início desta semana. Foi mesmo a noite dos Queen. Foram 4 Óscares. Se nos tivessem dito isto há um ano nós não acreditávamos.

Na realidade o título deste texto assenta que nem uma luva ao que vimos. Todas as sensações, as imagens, as emoções daquela noite seriam dignas de um disco inteiro dos Queen, secundados pelo habitual colorido e o espampanante dos álbuns da banda que também vimos na passadeira. De facto, se os 4 rapazes se sentassem no estúdio, inspirados pelo que tivemos, saía um belíssimo disco…


Havia espaço para canções de amor, porque ninguém resiste aquela declaração de Malek a Lucy Boynton. Há a família, pela presença da mãe do actor e evocação do pai. Há a recompensa contra todas as hipóteses. Houve as luzes daquele pequeno palco do tamanho do mundo. Persistiram também as trevas dos críticos em cima de mais uma vitória da banda… Sim, porque não foram raras as opiniões contrárias à chuva de ouro…

Não iremos discutir os méritos de cada galardão. Qualquer coisa que disséssemos seria hiperbólica perante o nosso afecto pelos Queen. E faltaria a objectividade necessária para avaliar a justiça desta estrondosa vitória. Importa sim sublinhar que são 28 os prémios que o filme arrecadou. Prova que algum mérito artístico o filme tem de forçosamente ter e/ou o legado da banda continua fortíssimo.

Começando pelo princípio e pelo momento mais aguardado: a abertura, um pequeno medley WWRY/WATC. A escolha não podia ser mais acertada: primeiro a declaração de que os Queen continuam a dar o rock e a fazer-nos vibrar (apesar de ser um pouco deprimente ver que muitos daqueles actores não conseguiam bater palmas ao ritmo) e depois a declaração de que ainda somos os campeões do Mundo, digam o que disserem. No fim, Freddie Mercury a abençoar a cerimónia. Emocionante, no mínimo. Auspicioso início para um evento cuja relevância está a cair a pique, com o recorde negativo de audiência no ano passado. Na verdade, há 30 anos que não existiam Óscares sem apresentador e o risco era elevado, mas calculado. E colocar os Queen (mais de 800M de dólares na bilheteira depois) a abrir era vitória certa. Resultado? A audiência subiu 12% em relação ao ano passado. E ainda a coisa não tinha entrado bem na velocidade de cruzeiro, já BohRhap arrecadava dois troféus, os de som.

Fast forward: A consagração definitiva de Rami Malek. Ninguém contava com o pleno das nomeações. Seria até, se calhar, injusto. Mas Malek entrava em campo como o favorito. Mas nem com o Globo de Ouro e o BAFTA dava para calar boa parte da crítica, sempre tão ciosa de atacar os Queen… E mais uma vez, os mesmos Queen conseguiram o improvável: vencer! O Melhor Actor era Rami Malek! Por toda a internet um bruah! Entre os fãs, total regozijo. Era como se fossemos nós ali, a receber a estatueta. O discurso… Emocionado. E emocionante. O amor a Boynton, à família, aos Queen e à diversidade trazida por Mercury. Em cima do acontecimento, Roger Taylor comentou a vitória para a TV britânica, dizendo que Malek foi incrível, com intensidade e ganhou tudo o que havia para ganhar. Referiu ainda que o actor possui muitas das qualidades de Freddie e que se “aproximou espiritualmente (de Freddie), lia-se nos olhos, mesmo num corpo diferente”.

Depois de tanta emoção, mais temática para músicas para o A Night At The Oscars. Em primeiro lugar, um cheiro a jocosidade e comédia, com várias pessoas, nomeadamente Lady Gaga (mega fã de Queen) a tentar endireitar o laço de Malek, que teimava em não ficar direito. Depois do prémio, um susto, com o actor a cair do palco e a ser ladeado por médicos e restantes convidados.

Por fim, e após tantas emoções, uma prenda para todos os fãs: Adam Lambert anuncia a estreia de um documentário chamado The Show Must Go On. Trata da relação entre o vocalista e os Queen e estreia dia 29 de Abril no canal ABC. É estarmos atentos. Seria uma boa música para fechar o A Night At The Oscars, não?! The Show Must Go On por Lambert.

Só um breve apontamento, por fim. Bohemian Rhapsody vai estrear na China. Sim, vão cortar as alusões homossexuais, mas vai chegar ao gigante asiático. O que significa uma abertura de um mercado brutal e um provável aumento exponencial de receitas.

Será uma noite para recordar, sem dúvida! Ganhar 4 Óscares iria encher Freddie Mercury de felicidade, sem dúvida. Ia também reagir com enorme sentido de humor…. Só dá para imaginá-lo a soltar uns “darling” para aqui, um “fuck it” para acolá. Mas iria ficar tão contente por Malek. E certamente ia adorá-lo!


É hora de publicar o mais recente texto do nosso colaborador John Aguiar, recordem aqui o seu último texto para o Queen Portugal - Queen: os primeiros anos de paixão.


A semana começou com Bohemian Rhapsody a receber 5 nomeações aos Oscares. Naturalmente, há dois patamares nas estatuetas, as de representação e filme (o troféu mais cobiçado) e as categorias técnicas. BohRhap recebeu 2+3, Melhor Filme e Melhor Actor Principal + Montagem, Mistura e Edição Sonora.


A vitória está já garantida meramente com a obtenção das 5 nomeações! Todavia, há em nós a esperança, secreta, de ganhar qualquer coisa. Sou honesto, estamos fora da corrida no Melhor Filme… A concorrência é fortíssima e as temáticas abordadas na maioria dos filmes são muito caras da Academia e estão na berra. Já Malek concorre com Christian Bale (o meu actor favorito), Viggo Mortensen e Bradley Cooper. A concorrência é fortíssima novamente. Mas aqui, o “Freddie” tem hipóteses mais sérias, embora aposte em Bale… Há umas semelhanças engraçadas entre Vice (filme pelo qual Bale foi nomeado) e BohRhap: ambos deixaram a crítica dividida, são biopics e os actores que deixaram a crítica rendida pelo modo como encarnaram os respectivos objectos, mesmo que os respectivos filmes não tenham sido muito apreciado pelos críticos. Ah, e ganharam prémios nos Globos de Outro. Acho que vai ser entre eles a corrida…


Nas categorias técnicas é-me difícil dizer algo. Montagem é uma categoria exigente e não vi todos os filmes, mas BohRhap é interessante nesse aspecto… Sobretudo pelo Live Aid. Nas nomeações sonoras acho que somos favoritos. A música em si, por ter sido tão bem usada, pode ser que dê para pelo menos uma. As duas, duvido. A Academia não vai querer carregar muito… Aponto uma a duas estatuetas ao todo! E vocês?


De caminho, aguardemos os BAFTA… Já agora espreitem aqui os 10 prémios e 52 nomeações em diferentes corridas do nosso filme.

Ainda sobre o filme, acredito que já saibam, mas deixo um artigo sobre Mary Austin e a pequena fortuna que irá receber com BohRhap.

As palavras de Roger Taylor

O nosso baterista deu uma entrevista a um canal japonês, que será posteriormente tratada aqui na página e por isso não me vou alongar. No entanto, ficaram-me na retina algumas ideias. A principal, a qual boa parte do pessoal acima dos 30/35 anos concorda, é excesso de máquinas, tuning e samples. Isto é, o talento fica esquecido e pouco importa. E, por vezes, debaixo de tanta produção, até há qualidade. Um conselho sobre o que digo: vejam Miley Cyrus a actuar com os Temple of the Dog, por exemplo. É uma entrevista a não perder, a do nosso baterista.

Factos

Na tabela de 21 de Janeiro do Top de vendas de álbuns na Austrália, no top 5, os Queen ocupam o 1º (banda sonora de BohRhap), 3º (GH I) e o 5º (Platinum Collection). No Reino Unido, BohRhap está em 3º lugar!

Listas

Para quem gosta dos Queen mais heavy ou não conhece bem esta faceta, espreitem esta lista da Louder Sound.


Em resposta a um convite que muito me honrou, vindo do Queen Portugal, cabe-me a responsabilidade e o prazer de ajudar a levar a tocha da divulgação da paixão por esta banda no nosso país. É, certamente, num oceano de fãs, um contributo pequeno, tamanha é a comunidade, não só cá, mas pelo mundo, mas é algo de sentido e é o cumprir de um desígnio há muito sonhado. Escrever sobre Queen… Assim, e em consonância com os responsáveis da Comunidade, tentarei fazer uma resenha, semanal, do que se passa pelo Mundo Queen, bem como dar alguns insights pessoais do que esta banda é para mim. Sem vos maçar mais, cá vai a primeira.


A semana fica, indelével e indubitavelmente, marcada pela vitória de Bohemian Rhapsody nos Globos de Ouro. Acompanhei o processo de dar vida à banda na 7ª arte de perto (na medida do possível), e ver, de início, os behind the scenes, depois os shots, os trailers e, por fim, o filme em si foi uma maratona esgotante e cheia de anseios, iniciada há uns 8 anos… E poucos pensavam ser realmente possível. Mas 2018 deu-nos enfim o biopic de Freddie Mercury!

Imagem: Rotten Tomatoes

Mais uma vez, a crítica não foi meiga com os Queen, um hábito de resto. Os discos da banda nunca tiveram também o amor dos analistas. Para os fãs, nada de novo, pois então. Desde os erros factuais (sim, de facto são muitos e olho clínico dos fãs não se abstrai) às típicas manobras já muitas vezes vistas noutros biopics, passando pela dança na cadeira do realizador, tudo um pouco serviu para a crítica atacar o filme. Inclusive, no site agregador de reviews Rotten Tomatoes (site que pega em todas as críticas na net e converte-as numa escala entre positivas e negativas), Bohemian Rhapsody esteve em “rotten” (numa escala de 0-100%, onde fresh, isto é positivo, é a partir dos 60) a maior parte do tempo. Admito, diariamente fazia refresh à página umas 6/7 vezes para ver se as coisas mudavam e passávamos a bitola no que toca a críticas positivas… Por fim, o score fixou-se em 62%. Uma vitória à tangente. Pelo menos para mim. Era importante este score para legitimar, de certa forma, o filme…


Admitidamente e olhando friamente, o filme em si não é uma obra-prima, dificilmente o seria. É muito difícil traduzir, sem fugir ainda mais à verdade, a carreira de alguém ligado a este meio. Mas a música foi tão bem transposta para o ecrã… Nos momentos onde esta toma o centro dos acontecimentos a magia acontece. O Live Aid então será uma sequência que marcará esta década no cinema. Parece difícil acreditar que foi das primeiras cenas a ser rodada tão bem oleados estão os novos rapazes. É difícil fugir à realidade, os Queen são a banda sonora da vida e é difícil, mesmo para não fãs, evitar cantarolar e bater o pé ao som produzido. E o filme deu-nos isso e mais ainda! E é difícil não sentir fascínio por aquele fenomenal dervixe de seu nome Freddie Mercury! Aquele pavonear… Dançar… Provocar… E entrega total a uma audiência devota! E Malek esteve insuperável nisso….


Por falar em Freddie Mercury, e voltando aos Globos de Ouro, Rami Malek. Seria injusto não dar uma palavra ao restante elenco, a dedicação e a química no ecrã são inegáveis (de tal ordem que Malek e Boynton são agora namorados). Mas o actor de ascendência egípcia compõe, no duelo interior, no swag, na entrega pela música e na paixão pelo seu papel de rock star, um Mercury de eleição e do qual não se consegue fugir. À altura do objecto retratado. E o júri reconheceu-o. E mesmo a crítica especializada que “bateu” no filme foi unânime praticamente: Malek É Mercury! O actor havia referido que ser o vocalista dos Queen no grande ecrã era uma espécie de “make or break it” para a carreira dele. Pelos prémios e nomeações que tem arrecadado (destaque natural para este), Malek tem tudo agora para se afirmar de vez. E há zunzuns de que é o principal candidato ao papel de vilão no próximo filme da saga 007. E o seu discurso de aceitação do Globo é só fantástico!

Obviamente, que a maior celeuma da noite veio até da eleição de Bohemian Rhapsody. Afinal, é preciso recuar 33 anos para encontrar um filme com um score Rotten Tomatoes mais baixo (África Minha, 60%). Em 149 vencedores, BhoRhap está 128º lugar no ranking Rotten Tomatoes ao nível do score final. E lá está, a crítica fustigou muito a obra. Admito que seja uma escolha polémica. Fico feliz, óbvio. Mas admito que seja polémico, sem problema. Mas a verdade é que no mesmo site, além do score da crítica especializada, há score da audiência. E esse cifra-se em… 90%! Mais uma vez, como aconteceu antes com a música, a vontade das pessoas sobrepôs-se à dos críticos. Pela enésima vez, a música dos Queen chegou a um número fantástico gente que a tomou como sua. Novamente encheu plateias! Fez rir, comoveu… Fez dançar. Fez… viver! A isto soma-se o facto de falarmos num filme que ultrapassa os 700M de dólares na bilheteira (num orçamento de 55). Tudo isto justifica por si só, pelo menos, estar na corrida a tudo o que é prémio. Há, acredito, uma outra vertente neste prémio. Sim, os Globos de Ouro são organizados pela imprensa estrangeira sediada nos EUA, mas são um prémio americano. E o país sentiu que precisa de expiar o que fez à banda, ao nunca lhes dar um Grammy. E já para não falar nas polémicas ligadas ao novo look de Mercury e a sua afinidade com a comunidade gay, concretizada, segundo a indústria, no clip I Want To Break Free. Assim, vejo isto também como um pedido de desculpas da indústria de entretenimento americana por nunca ter, devidamente, reconhecido tão gigante nome. Entretanto, os BAFTA, os mais importantes prémios cinematográficos britânicos, deram 7 nomeações a Bohemian Rhapsody esta 4ª-feira. Não está nomeado para Melhor Filme, mas Malek irá concorrer com Bradley Cooper, Christian Bale, Steve Coogan e Viggo Mortensen para melhor actor. Gente grande, portanto!


Foram dias de grande emoção, estes. Os Queen vivem novamente. Vimos e revimos as fotos de May, Taylor, Malek e restante cast & crew na passadeira vermelha. Nos antes e depois da cerimónia (como não amar as socas de May….). Os vídeos do discurso de Malek… A mim, continua-me a faltar Deacon… Mas foi um dia que nunca pensámos possível: triunfo absoluto na América e campeões do Mundo outra vez. E nos Óscares… Quem sabe… Se ganharmos (sim, nós), melhor. Se não vencermos nada, como diria Freddie, fuck it darlings!

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O Homem, por si só, não consegue viver isolado. Os seres humanos precisam de comunicar, expressar… precisam que a sociedade lhes garanta uma estrutura onde ele se revejam. As comunidades são importantes porque acolhem, protegem e permitem a partilha. São micronações reguladas de forma endógena pelo interesse no bem comum e o Queen Portugal é tudo isto sendo que o nosso bem comum são a melhor banda de rock de todos os tempos: os Queen.

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