- 18 de fev. de 2022

(Fotografia de: Arthur Edwards)
Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora.
Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda e da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.
Brian May: "... depois pensei: 'Oh Deus, agora tenho de o fazer!' A enormidade do que eu sugeri caiu em mim e eu pensei, 'Oh meu Deus, conseguirei mesmo fazer isto?'"
Brian May relembra o momento em que um pedido incomum do Palácio de Buckingham se transformou num dos pontos mais emblemáticos da história da música.
Um convite em 2002 para comparecer no Palácio de Buckingham para celebrar o Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth II daria a Brian May uma oportunidade única de realizar uma das apresentações ao vivo mais icônicas e memoráveis da história do rock.
O Queen The Greatest desta semana apresenta um momento extraordinário em que vimos - Brian no Telhado.
Numa nova entrevista, Brian fala sobre o momento em que apareceu no telhado da residência principal de Sua Majestade a tocar um solo de guitarra para milhões pessoas em todo o mundo. Isso sem falar que estava a tocá-lo diante de alguns dos maiores nomes da música.
Em 1975, o arranjo de Brian May para o Hino Nacional Britânico, God Save The Queen, apareceu como faixa de encerramento do álbum A Night At The Opera. Desde então, cada espetáculo dos Queen terminava com uma gravação da faixa.
No entanto, a banda nunca tinha executado ao peça ao vivo, até surgir uma oportunidade de o fazer 27 anos depois.
Em 2002, para assinalar o Jubileu de Ouro da Rainha Elizabeth, Roger e Brian foram convidados a atuar num concerto especial como parte de uma alinhamento recheado da realeza do Rock and Roll, e os organizadores também fizeram um pedido especial para o número de abertura…
Brian May: "Originalmente, perguntaram-me: pode vir tocar uma versão de God Save The Queen, a deambular pelos salões nobres do Palácio de Buckingham e ao estilo de Jimi Hendrix? Mas havia algumas coisas naquilo com as quais não me senti confortável. Quero dizer, tentar ser o Jimi Hendrix é uma delas. (...) E depois tive esta ideia. Lembro-me de acordar no dia seguinte com a ideia. E pensei que onde tenho de estar não é a deambular pelos salões do Palácio Buckingham, mas no topo. Tenho de estar no telhado. Tenho de ser o gaiteiro solitário que tem estado lá em cima nos últimos 50 anos, com vento e chuva. O veterano grisalho que ainda toca. Então telefonei-lhes a sugerir, e eles responderam: Tudo bem, Ok. (...) Esse foi o momento que ficou na minha memória, porque depois pensei 'Oh Deus, agora tenho de o fazer!' A enormidade do que eu sugeri caiu em mim e eu pensei, 'Oh meu Deus, conseguirei mesmo fazer isto?"
Além da perspectiva de enfrentar uma audiência de televisão composta por cerca de 200 milhões de pessoas, a logística não implicava só ter de tocar nas alturas do telhado do Palácio de Buckingham, a atuação tinha de estar sincronizada com uma orquestra que se encontrava a 25 metros abaixo, no palco montado nos jardins do Palácio. Esta atuação única apresentou alguns desafios verdadeiramente assustadores.
Brian May: "Claro, subimos lá acima, no dia, e nada funcionava, não conseguia ter um feed da orquestra. Não conseguia ver o Michael Kamen, que estava na direcção, porque a pequena televisão que lá colocaram tinha muito brilho e não conseguia ver porque havia muita luz do dia, etc., etc. Nada funcionava. Exceto os meus amplificadores e eu, porque o Pete (técnico de guitarra) tinha feito um ótimo trabalho. (...) Eu tinha aqueles três AC-30 à minha frente. Tinha um som colossal, enorme lá em cima. E depois, finalmente, apenas algumas horas antes de eu ir lá para cima, conseguimos obter o feed da orquestra. Portanto, tinha uns altifalantes grandes com a orquestra de um lado. E os grandes altifalantes dos meus amplificadores do outro lado. Foi uma sensação incrível, devo dizer, o momento mais incrível e estimulante. Mas claro, assustador. E a combinação daquilo foi simplesmente eletrizante. Lembro-me de pensar, que se isto funcionar e eu conseguir, nunca mais terei medo."
O concerto de celebração do Jubileu de Ouro é considerado por muitos como o maior espetáculo na Grã-Bretanha desde o Live Aid e a coleção mais impressionante de músicos de todos os tempos num único palco com Paul McCartney, Elton John, Eric Clapton, Rod Stewart, Annie Lennox, Joe Cocker, Ray Davies, Bryan Adams, Brian Wilson, Steve Winwood e, claro, os Queen, entre eles.
Próxima semana: Queen nos Filmes - Take 3: Bohemian Rhapsody
Fonte: Queen Online
- 4 de fev. de 2022
(foto de: Brad Gregory. © Queen Touring Ltd.)
Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora.
Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda e da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.
Nesta semana uma retrospectiva da colaboração entre os Queen e Paul Rodgers que incluiu uma série de digressões esgotadas por todo o mundo - com Brian e Roger a actuar pela primeira vez em algumas cidades, bem como revisitar alguns dos antigos destinos favoritos da banda.
Brian May "Aconteceu quase por acaso, num espectáculo de prémios. Toquei com Paul Rodgers, que era um dos nossos heróis, e lembro-me de sair do palco e a companheira do Paul disse: 'Oh, vocês realmente parecem ter uma grande química'. Tudo o que precisam é de um baterista'. E eu respondi, 'bem, acho que conheço um baterista!""
Uma aparição casual em 2004, na cidade de Londres, no espectáculo do 50.º aniversário da Fender Stratocaster, reuniu Brian May e um dos vocalistas favoritos de Freddie e da banda, este encontro abriria uma nova era de digressões e gravações para Brian e Roger.
O Queen The Greatest regressa assim esta semana a 2005 para celebrar uma colaboração que 'agitou o cosmos' - Queen + Paul Rodgers.
Taylor Hawkins: "Sempre tive esperança, porque Brian e Roger, não querem manter aquele Lamborghini na garagem. Quer dizer, é preciso conduzir aquele carro dos diabos vez em quando. Por isso, tinha esperança que encontrassem alguém".
Brian May: "Fizemos espectáculos estranhos sabes... Como Queen, em certo sentido, contando com artistas convidados. Simplesmente, foi... lembro-me de dizer não há muitos meses quando alguém disse: "Podem fazer uma digressão dos Queen, e pode-se chamar-lhe dos Queen? E eu disse, 'bem, não, na verdade não. A não ser que haja um milagre. Se acontecer um milagre e encontrarmos a pessoa certa para cantar... então sim'".
Brian May: "Embora estivéssemos orgulhosos do que tínhamos feito, não queríamos ir por aí fora e ser novamente os Queen sem o Freddie. E isso aconteceu quase por acaso num espectáculo de prémios. oquei com Paul Rodgers, que era um dos nossos heróis, e lembro-me de sair do palco e a companheira do Paul disse: 'Oh, vocês realmente parecem ter uma grande química'. Tudo o que precisam é de um baterista'. E eu respondi, 'bem, acho que conheço um baterista!"".
Os Queen anunciaram uma colaboração planeada com Paul Rodgers em Outubro de 2004, depois apareceram juntos quando a banda foi empossada no Hall of Fame do Reino Unido, a 22 de Novembro, intrepretando We Will Rock You We Are the Champions e All Right Now.
A primeira actuação pública do grupo foi num concerto em George, África do Sul, em Março de 2005, o segundo concerto dos Queen em apoio à campanha de sensibilização contra a SIDA 46664 de Nelson Mandela. Isto acontecia pouco depois da banda ter anunciado uma digressão mundial.
Roger Taylor: "Brian e eu descobrimos que ainda temos a magia em palco. Por isso é óptimo estar a fazer isto com um cantor diferente, mas a magia dos Queen ainda está lá, absolutamente presente".
A sua primeira digressão incluiu 41 datas em toda a Europa, EUA e Japão - vendo os Queen regressarem a locais famosos como o Hyde Park de Londres e o Hollywood Bowl em LA. Um ano depois, seguiu-se outra digressão norte-americana.
Brian May: "Ele gostava de cantar muitas das coisas dos Queen. Mas nem tudo, claro... Nem tudo se lhe adequava, mas foi uma boa combinação durante algum tempo. Acabámos por dar dias vezes a volta ao mundo com Paul. (...) Eu ainda ia para os espectáculos e pensar: 'bem, costumávamos fazer isso, não era? Costumávamos tocar em arenas e isso'. E de repente, do nada, estamos na mesma arena novamente e é incrível ainda podermos fazer isso, as pessoas ainda querem vir e encher essas arenas, e ainda podemos diverti-las".
Roger Taylor: "Ele era muito independente e pertencia mais ao campo do tipo blues-soul, em que não há ninguém melhor".
Roger, Brian e Paul levaram depois a sua parceria para o estúdio, que resultou no álbum The Cosmos Rocks. A este viria a seguiu-se outra grande digressão que, para além de percorrer a Europa e a América do Sul, levou os Queen a conseguirem finalmente actuar na Rússia.
Mas para começar, a banda foi primeiro à Praça da Liberdade de Kiev para actuar diante de uma espantosa multidão de 350.000 pessoas.
No final dessa digressão, Queen e Paul decidiram que estava na hora de cada um seguir o seu caminho, tendo conseguido muito mais do que tinham imaginado à partida.
Brian May: "E mais uma vez, penso que Roger e eu pensámos: 'OK, pronto, acabou'. Fizemos isso, e fizemos aquilo, e não há ninguém lá fora. Não queremos empregar alguém para copiar Freddie. Porque faríamos isso? Simplesmente não faria sentido".
Mas afinal, o destino estava prestes a intervir, ao apresentar Brian e Roger a outro cantor notável.
- 30 de out. de 2021

(Fotografia de Denis O’Regan © Queen Productions Ltd.)
Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora.
Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda e da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.
Estamos em 1986 e os preparativos estão em andamento para aquela que se tornaria a maior e mais bem-sucedida digressão por estádios feita pelos Queen. Este é o primeiro episódio de uma história de duas partes que vai levar até aos bastidores da Magic Tour, uma digressão que bateu recordes.
“Estranhamente, quando se está habituado a grandes audiências, 100 000 é quase menos assustador em certos aspectos, do que 5000”. Roger Taylor
"Havia uma tendência há alguns anos, com o movimento punk e tudo o isso, em que diziam, ‘Oh, queremos tocar para o audiências pequenas porque queremos um ambiente íntimos, e tudo isso.' Uma completa parvoíce. Quero dizer, todos os que querem ser estrelas querem tocar para públicos maiores." Freddie Mercury.
O episódio de Queen The Greatest desta semana celebra a agora lendária digressão dos Queen pela Europa em 1986 - The Magic Tour.
Rejuvenescidos pela performance no Live Aid que fez história um ano antes, e com o sucesso do álbum A Kind Of Magic, Junho de 1986 viu os Queen voltarem à estrada para aquela que seria a maior série de concertos da carreira dos Queen, embora a banda tivesse tocado em muitos locais antes, parecia que esta digressão os levaria a um novo patamar...
"Vamos tocar no maior palco já construído em Wembley com o maior espetáculo de luzes já visto", disse Roger Taylor aos jornalistas antes da digressão.
A banda faria vinte seis apresentações, entre o Reino Unido, e a Europa ao longo de um período de oito semanas, incluindo o seu primeiro concerto em Budapeste na Hungria.
Tal era a vasta escala e âmbito do empreendimento que a estrutura de palco em forma de ponte exigia que foi necessário contratar os serviços de uma empresa normalmente envolvida na construção de autoestradas e pontes. Os caminhões que transportavam o equipamento percorreram mais de 165,000 milhas, equivalente a dar a volta ao mundo quase sete vezes.
Falando aqui na fase de preparação, a banda abordou o compromisso que estava a assumir, com apenas Freddie a exprimir as preocupações sobre o peso que uma digressão tão massiva teria, mas expressando o seu entusiasmo em apresentar-se para grandes públicos.
Roger Taylor: "Aquilo por que todos nós mais ansiamos neste momento é esta digressão europeia."
John Deacon: "E, de certa forma, isso é um grande compromisso para nós, porque, por vezes, ultimamente, o Freddie tem alguma relutância em ir para a estrada.".
Freddie Mercury: "Já há algum tempo que não fazemos uma digressão. É muito, muito cansativo para mim fazer o que tenho que fazer. Os palcos estão a ficar maiores e tudo isso, e sabes, só quero sentir que estou em forma para fazer estes espetáculos, e não dizer apenas 'Sim vou fazer isso'.".
John Deacon: "Estamos agora a começar a pensar nisso, em ideias para o cenários, a iluminação, esse tipo de coisas."
Entrevistador: "Nesta digressão em particular que estão a fazer, vão subir a um palco de cinquenta metros, que é o maior alguma vez construído para um espetáculo de rock?"
Roger Taylor: “Sim, é um palco absolutamente gigantesco. Foi realmente projetado para lidar com os locais em que estamos atuar. Para obter o melhor desses lugares."
Brian May: "Normalmente, vamos a sítios como um estúdio de cinema, que tem um espaço grande, aberto... Que parece um hangar de aviões... E organizamos tudo, experimentamos todo o material." (...) Porque não nos basta ensaiar, asseguramo-nos de que cada lâmpada, cada cabo esteja instalado, para que tudo seja sujeito a um teste, para que todos os erros possam ser corrigidos antes de começarmos a digressão. É como um ensaio geral."
John Deacon: "Já tocamos há tantos anos que agora, nos sentimos muito relaxados, mesmo a tocar em concertos muito grandes."
Roger Taylor: “Estranhamente, quando se está habituado a grandes audiências, 100 000 é quase menos assustador em certos aspectos, do que 5000”. (...) É uma coisa estranha com a nossa banda, quanto maior o público, melhor parece funcionar. O contato com o público parece ser melhor com públicos maiores."
Brian May: "Assim que se está na digressão, gosto de seguir em frente e fazê-la. Não gosto de ficar parado quando estou em digressão. Gosto de me empenhar o máximo possível, porque assim consegue-se um ótimo ritmo, e entra-se nesse estado de espírito, e a sensação de tocar, toca-se melhor a cada noite que passa, penso eu. Se nos vires no final da digressão, somos muito diferentes do que início da digressão, porque estamos nesse ritmo. (...) Acho que é quase como ser um atleta, simplesmente trabalhar em nós mesmos e não haver mais nada em que pensar, exceto fazer a nossa parte durante aquelas duas horas o melhor que possível".
Freddie Mercury: "Havia uma tendência há alguns anos, com o movimento punk e tudo o isso, em que diziam, ‘Oh, queremos tocar para o audiências pequenas porque queremos um ambiente íntimos, e tudo isso.' Uma completa parvoíce. Quero dizer, todos os que querem ser estrelas querem tocar para públicos maiores."
E como será visto na segunda parte, nas últimas semanas de digressão, os Queen viriam a fazer três dos seus maiores e mais icônicos concertos - demonstrando porque são considerados o melhor espetáculo ao vivo.
Próxima semana: The Magic Tour (Parte 2)
Fonte: Queen Online