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Queen The Greatest: uma celebração de 50 dos maiores momentos da história dos Queen até agora. Uma série de 50 semanas no YouTube que celebra os momentos-chave da história dos Queen lembrando-nos o porquê da banda E da sua música continuarem a ser amadas em todo o mundo.

Celebrando o que é, para muitos, a melhor colaboração na história do Rock. A história de como David Bowie se juntou aos Queen em Montreux, na Suíça, e uma noite de improviso no estúdio que resultou num single N.°1 dos tops.


"Bem, acho que o processo foi estarmos todos bêbados no estúdio, estávamos apenas a divertimo-nos a tocar vários tipos de músicas clássicas, o que nos vinham à cabeça. O David disse," Olhem, esperem um momento, porque é que não escrevemos uma música nossa?" - Roger Taylor


"O Deacy começou com este riff, ding, ding, ding, de de, ding, ding." Brian May


"E então fomos buscar pizza e ele esqueceu-se do riff. Esqueceu-se completamente! Voltámos, e eu lembrei-me." Rogwr Taylor


O Queen The Greatest desta semana celebra uma das maiores colaborações na história do rock, isto é Under Preasure dos Queen com David Bowie. Brian May e Roger Taylor falam em entrevistas recentes sobre a lendária noite e como o famoso riff quase foi perdido, com imagens adicionais raramente vistas de Bowie a falar sobre as suas recordações desse momento ("Foi peculiar!").


Em 1981, os Queen tinham comprado o famoso Mountain Studios em Montreux - e foi durante uma sessão de gravações nesse local, que o engenheiro de estúdio Dave Richard fez um telefonema imprevisto.


David Bowie: "Eles estavam lá a gravar e o David (Richards) sabia que eu estava na zona e ligou-me e perguntou se eu queria passar por lá, se eu queria ir lá e ver o que se estava a passar. Então eu fui e estas coisas aconteceram, sabem, subitamente estás a escrever algo em conjunto e foi totalmente espontâneo, certamente não foi planeado. Foi peculiar!"


Roger Taylor: "Bem, acho que o processo foi estarmos todos bêbados no estúdio, estávamos apenas a divertimo-nos a tocar vários tipos de músicas clássicas. Recordo-me de algumas músicas antigas dos Cream, e o que nos vinha à cabeça, eu acho que o David disse," olhem, esperem um momento, porque é que não escrevemos uma música nossa?"


Freddie Mercury: "Estávamos na brincadeira e a improvisar com vários músicas e subitamente dissemos 'porque é que não vemos o que conseguimos fazer no calor do momento?"


Produtor Reinhold Mack: "Então há toda a pressão de sua majestade que lá estava, o David, e toda a gente queria parecer natural e rápido a pensar e assim."


Brian May: "O Deacy, claro, começou com este riff, ding, ding, ding, de de, dah, dah"


Mack: "Bom, Bom, Bom, de, de, dah, dah"


Roger Taylor: "ding, ding, ding, de de, ding, ding"


Mack: "Ele continuo a tocá-lo sem parar."


Roger Taylor: "E então fomos buscar pizza e ele esqueceu-se! Esqueceu-se completamente. Voltámos e eu lembrei-me."


Brian May: "E, claro, nós estávamos habituados a tocar juntos e agora tínhamos ali outra pessoa que está também a dar várias ideias."


Roger Taylor: "Foi ideia do David, juntar todos aqueles cliques e palmas, então o tema foi se desenvolvendo."


Brian May: "E nessa altura o David já estava apaixonado pelo tema e ele tinha uma visão na sua cabeça, penso eu. É um processo muito difícil e alguém tem de recuar, e realmente, eu tive de recuar, o que é pouco usual."


O resultado daquela longa noite foi Under Pressure, que quando foi lançada em Outubro de 1981, deu aos Queen o seu segundo N.°1 no Reino Unido, e que se tornou num sucesso estrondoso por todo o mundo.


Devido a compromissos de tour, a banda não conseguiu gravar um vídeo promocional - e, por isso, o diretor David Mallet captou a essência do tema com uma montagem de imagens de arquivo.


A música tornou-se presença assídua nos concertos de Queen e foi um dos momentos de destaque no concerto de tributo a Freddie Mercury a 20 de Abril de 1992, onde David Bowie e Annie Lennox se juntaram a Roger, Brian e John para uma performance completamente arrepiante.


Este é sem dúvida um dos maiores êxitos dos Queen, não sendo por isso surpreendente quando os leitores da revista Rolling stone recentemente votaram em Under Pressure como uma das maiores colaborações musicais de sempre.


Na próxima semana: Os Vídeos de sucesso dos Queen




Os Cream eram uma banda inglesa, formada em 66, e que consistia em Jack Bruce, no baixo e voz, Eric Clapton na guitarra e voz e Ginger Baker na bateria. Pela excelência e percurso dos seus músicos, eles são considerados como a primeira super-banda da história. Só um aparte: Quando Taylor se juntou aos Smile a banda havia pedido um baterista do “tipo Ginger Baker”. Detalhe possivelmente relevante na história mais adiante. Os Cream terminaram em 1968, mas deixaram um legado de 4 álbuns com música simplesmente fabulosa. Se não os conhecem, oiçam o disco Disraeli Gears.


Avancemos então no tempo, até às sessões dos Queen com David Bowie em 81. May e Taylor revelaram esta semana que existe música não editada dessas sessões. Na edição de Março da Record Collector, o guitarrista e o baterista dos Queen confirmaram a existência desse material, ainda “escondido dos fãs”, designadamente covers dos Cream, fruto das sessões com o “Alladin Sane”.


Avança Roger Taylor: Se nós formos aos arquivos, provavelmente há lá qualquer coisa. Nós fazíamos coisas estranhas, do tipo versões de música antiga dos Cream. Lembro-me que fizemos NSU e I Feel Free, só para a galhofa e depois decidimos “vamos escrever uma para nós”.


Na entrevista não é mencionado se a música dessas sessões irá algum dia ver a luz do dia, mas os Smile tinham versões de I Feel Free dos Cream, daí a referência a Ginger Baker aquando da selecção de Rog.

Se nós já sabíamos que o nível de insanidade daquelas sessões entre os 5 músicos era alto, esta nova entrevista vem dar ainda mais certeza sobre a quantidade de loucura, álcool e genialidade que andou ali à solta. Um país calmo como a Suíça não estava preparado. Obviamente que, apesar de tudo, as sessões Queen/ Bowie devem ter corrido bem, ao nível musical, senão Under Pressure nunca tinha acontecido. Isto apesar da luta de egos, claro. Talvez essas demos irão ficar enterradas no baú, pois certamente o material deve ser de qualidade insuficiente, deve ter sido só uma jam descontraída sem grandes preocupações de afinação ou sequer acerto. Tipo aquecimento, a ver o que dava…


Mais informações aqui.


Hoje o nosso colaborador John Aguiar vem nos falar das peripécias de uma das maiores e mais bem sucedidas colaborações de sempre...

Novamente, mergulho no fascinante Universo Queen. Tal como na semana passada, a crónica de hoje versa sobre alguns factos de outro dos capítulos altos da história da banda. Assim, para as próximas linhas, fui ler mais sobre a construção do êxito Under Pressure. Mais uma vez, a ideia não é tanto “reinventar a roda”, pois se calhar a história deste hit não é segredo, mas se calhar irei tentar aprofundar o que sabemos já sobre o assunto, com opiniões pessoais sobre o que foi por mim recolhido.

Numa rara colaboração entre os Queen e alguém fora, a “escolha” por David Bowie foi, no mínimo, inspirada. Músico consumado, vanguardista e profissional da cabeça aos pés, ter Aladin Sane com John, Roger, Brian e Freddie no mesmo estúdio tinha de dar certo. Mas também faísca. Mesmo não tendo estando lá, mas conhecendo as personalidades “profissionais” dos 5 e o modo apaixonado como viveram as carreiras respectivas, os momentos vividos devem ter sido inesquecíveis. Quer por parte dos protagonistas, quer por quem assistiu de perto a tudo.

Esta história começou no Verão do já longínquo ano de 1981. Os Queen eram “clientes” regulares dos Mountain Studios, em Montreaux, e Bowie encontrava-se na sua casa de Vevey, localidade próxima. Os 5 não eram completos estranhos e o encontro, pela proximidade geográfica, seria, calculo, inevitável. Mesmo que para breves sessões de jamming, tão normais nestes meios. Mas em relação ao modo como aconteceu a reunião as versões são divergentes. Peter Hince, famoso roadie dos Queen, afirma que Roger Taylor, fã de Bowie, convidou este para dar um saltinho ao estúdio para ver o que se passava. Já este último diz que a visita sucedeu por insistência de David Richards, engenheiro de som do Mountain. Após o encontro inicial ficou logo assente que uma colaboração seria interessante. Faltava ainda estabelecer o modo da mesma.

A ligação entre tão geniais músicos foi rápida e começar desde logo a tocar e fazer covers do próprio material, a ver o que dava. Hince recorda, mais uma vez, que foi “um daqueles momentos rock n’ roll”. Bowie apelidou a coisa de espontânea e… peculiar. Já Taylor afirmou que estavam bêbedos e começaram simplesmente a tocar, entre músicas próprias e também material dos Cream. Ao fim de algumas músicas, foi Bowie, segundo o “nosso” baterista, que sugeriu experimentar algo original. Brian May diz que, à medida que iam tocando, coisas novas foram surgindo e sugeriu-se que se experimentasse gravar o que ia acontecendo. O modo como surgiu o famoso riff do baixo está ainda envolto num certo mistério por causa de versões algo contraditórias. Reza a lenda que tudo começou em Deacon, que começou a dedilhar a linha do baixo e todos gostaram e decidiram construir a música à volta da melodia. No entanto, pelo meio meteu-se o jantar e muito vinho. Quando regressaram, John havia esquecido o riff, que reapareceu mais tarde por acaso na cabeça do baixista. Já Deacon afirma que Freddie e David construíram a linha melódica. Corre ainda uma outra versão, talvez complementando a 1ª. Quando Deacon tentou repetir o riff, não se recordou do mesmo e foi Bowie que lhe guiou os dedos para a reconstruir. Este último afirma que a música foi escrita durante a noite e que Freddie (e o resto da banda) havia construído a base e que todos contribuíram com os restantes acordes para tornar tudo coeso. Isto é, não existe uma história única e factual sobre como tudo começou, mas parece um efectivo esforço colectivo, onde todos deram grandes pinceladas para o quadro final. E esse quadro, inicialmente chamava-se People On Streets. Foi de Bowie a ideia de mudar para Under Pressure.

Quando se partiu para a mistura final da música, a tensão subiu. Bowie assumia a guia vocal, com Freddie a discordar com isso. Aliás, ambos discordavam do modo com a música deveria ser “mixada”. E as faíscas chispavam… Quando se chegou a um compromisso, após… muito vinho, Freddie queria fazer as vozes no dia seguir, mas Bowie queria continuar. Novamente, muita tensão no ar. Este último sugeriu que cada um fosse para a cabine cantar do modo como entendesse e depois via-se como juntar tudo. O processo tornou-se numa maratona, alimentada, ao que parece, também a droga. Bowie recordou que o que se ouve cantado por cada são versos escritos por cada um deles, achando incrível como tudo foi feito numa só noite.

A mistura final da música foi feita em Nova Iorque. No entanto, as tensões entre Mercury e Bowie continuavam, nomeadamente e novamente com a mistura, com o segundo a assumir as rédeas da produção, para frustração de Reinhold Mack perante as constantes mudanças quer eram efectuadas. Todo este processo ocorreu durante Julho de 81 e foi lançado como single em Outubro, chegando a nº 1 no Reino Unido. Ainda assim, Bowie não estava completamente satisfeito com a versão final, lançada, entretanto. Tudo por causa dos problemas do estúdio em Nova Iorque (a mesa de mistura simplesmente quebrou). Mas quando os Queen lançaram Hot Space (1982), incluindo Under Pressure, Bowie mudou de ideias. À época, este queria mudar de editora e o sucesso do tema ajudou-o a esse feito. O disco havia sido lançado pela EMI e, em 83, Bowie assinou também por aquela marca.

Under Pressure é um dos mais bem sucedidos e mais conhecidos temas dos Queen, hit a nível mundial. E passemos por cima de “Ice, Ice Baby”, ok?! Como sabemos, não existe uma versão ao vivo com Mercury e Bowie, apesar da boa oportunidade no Live Aid. Bowie, que nunca mais havia revisitado a música, cantou Under Pressure no tributo a Mercury em 92, num dos momentos mais emocionais da noite, ao ajoelhar-se e recitar uma pequena oração.

Apesar de efémera, a colaboração foi marcante para todos. E se “escavarmos” o YouTube encontramos mais qualquer coisa, versões demo de Under Pressure e as vozes de Bowie em Cool Cat também de Hot Space. E segundo Peter Hince, existe ainda mais qualquer coisa nos cofres… Iremos ver isso algum dia? É aguardar…



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