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Hoje completam-se quarenta anos desde o lançamento de Fun in Space, o primeiro álbum a solo do nosso Roger Taylor, e o primeiro trabalho a solo de um dos elementos dos Queen.


Fun in Space foi lançado após os históricos concertos dos Queen pela América do Sul, e nasceu das primeiras gravações a solo de Roger, desde o lançamento do single I Wanna Testify em 1977, essas gravações decorreram nos Mountain Studios em Montreux durante os intervalos das tournées promocionais dos álbuns dos Queen The Game e Flash Gordon.


Roger Taylor produziu, escreveu, cantou e tocou todos os instrumentos em todas as composições, com uma pequena excepção nos sintetizadores onde aí cerca de 50% do trabalho foi executado pelo bem conhecido David Richards.

Fun in Space demostrava toda a excelência de Roger nas suas habilidades musicais, misturando sintetizadores e baterias eletrônicas, sem nunca perder o lado Rock da cena, com elegância e aspirações modernas que seriam determinantes para o sucesso dos Queen no álbum The Works (1984), após o controverso experimental disco-funk de Hot Space (1982).


O pop/rock alicerçado ao soul/blues, com traços de classic rock surge logo na abertura de Fun in Space na "espacial" No Violins, contendo verdadeiras linhas bluesy de guitarra e com uma geometria vocal idêntica à de David Bowie, que trabalharia com os Queen no sucesso Under Pressure presente em Hot Space (1982).


No geral, as composições de Roger Taylor trazem muito da veia rock mais melódica dos Queen, algo muito bem explicito na balada Laugh or Cry, é como se tirássemos a erudição e a fúria presentes na música do quarteto, Laugh or Cry conta com belíssimos arranjos de guitarra e vocais com uma emoção monocromática que lembram Roger Waters, além contar com teclados e efeitos superiormente enquadrados.


Segue-se Future Management, onde encontramos a primeira aventura no prog que se mistura num diálogo com o rock/pop daquela época, de nomes como os The Police, Duran Duran ou Talking Heads, esta é uma faixa compassada e envolvente, bem inserida na ambiência espacial que permeia todo o trabalho, seja nas harmonias, ou nas timbragens dos instrumentos. Facto igualmente evidenciado na espacial rockabilly Let’s Get Crazy, e no típico prog inglês dos anos 80 de My Country I & II, com alteração de clima e andamento, além de uma percussão tribal e um final abrupto, composições que fecham o primeiro lado do vinil.

A abrir o segundo lado de Fun in Space temos Good Times Are Now com traços mais próximos ao que os Queen praticavam, principalmente nas suas belíssimas linhas vocais que contrapõem o trabalho mais imperativo e emocional de Magic Is Loose, o tema envolto em traços progressivos, espaciais e dramáticos, sendo um dos melhores de Fun in Space.


E pra não restarem dúvidas quanto à natureza experimental da obra, Interlude in Constantinople traz consigo umas interessantes colagens, passadas num climáx progressivo que serve de introdução à roqueira Airheads que tem seu o impetuoso rock amainado pela balada Fun in Space que contém belíssimas linhas de guitarra no seu desfecho.


O álbum Fun in Space traz trouxe consigo vivacidade, ousadia e experimentalismo de um claro exorcismo da fase conturbada que os Queen atravessavam internamente numa disputa pela liderança “ideológica” das composições.


Curiosidade para o facto de o alienígena que surge na arte do álbum ter vindo da revista “Creepy #779” de Julho de 1980, criada pelo artista americano Jim Laurier. É aliás essa revista que Roger Taylor lê na foto da contra capa do vinil. A escrita "alienígena" na capa da revista idealizada pela Hipgnosis (responsável pelas capas do Pink Floyd) consiste principalmente em caracteres hebraicos de cabeça para baixo, sendo que as palavras na realidade não possuem qualquer significado.

A saber ainda que Future Management foi lançado como single na Europa, enquanto Let's Get Crazy foi lançado nos Estados Unidos. O álbum foi relançado em formato CD remasterizado digitalmente em 1996, e posteriormente em 2013 aquando do lançamento da compilação The Lot. Nessa altura Fun In Space foi editado num vinil transparente na primeira tiragem, e em vinil preto nas seguintes, esta edição conteve uma reprodução a colores da capa interna do álbum original. A versão em CD, foi lançada no formato digipak, contendo três faixas bônus, I Wanna Testify b, Turn On The TV e My Country I & II.


Os créditos do álbum mostram "P.P.S. 157 synthesizers", uma piada que se refere à famosa declaração dos Queen "No synthesizers", que surgia nos encartes de todos os álbuns até ao The Game.


Depois disto Roger Taylor ainda nos ofereceria mais quatro álbuns solo, sendo o último lançado em 2013, curiosamente com o título Fun On Earth, pelo meio entre 1987 e 1991 existem ainda três álbuns com os The Cross, e actualmente é cada vez mais real o cenário de 5.º álbum a solo de Roger Taylor composto maioritariamente durante as quarentenas que temos vivido.


1. No Violins

2. Laugh or Cry

3. Future Management

4. Let's Get Crazy

5. My Country I & II

6. Good Times Are Now

7. Magic is Loose

8. Interlude in Constantinople

9. Airheads

10. Fun in Space



Fontes: Gaveta de Bagunças | Wikipedia


Saíram, há uns dias, entrevistas de Brian May e Roger Taylor à Louder Sound, num trabalho dividido, textualmente, em duas partes. Primeiro o baterista, depois o “doc”. Desta forma, vamos olhar também por partes. Hoje, Rog.


Numa breve e genérica análise à entrevista, podemos dizer que se trataram de perguntas interessantes, pois eram muito directas, vocacionadas para respostas curtas e concisas, mas com espaço para Taylor ser bem explícito e o leitor ficar esclarecido. E em vez de uma tradução simples da entrevista, o que nos levaria a alguns factos do conhecimento comum de qualquer fã de Queen (é bom de ver que uma publicação destas é para fãs e também não fãs da banda), preferimos, pela extensão da entrevista, deixar as notas mais relevantes da mesma. Aquilo que pode ser menos conhecido ou novo para os fãs.


Antes de mergulhar nas palavras em si, um facto interessante deixado pela publicação: Taylor, quando percebeu que os planos dos Queen para 2020 iam ser irremediavelmente afectados pela Covid, foi passar algumas semanas no Mediterrâneo a bordo do seu iate. Queriam? Fossem estrelas de rock de uma das bandas mais bem-sucedidas de sempre…


As 500 milhões de visualizações de I Want To Break Free: Taylor, como sempre, atento ao mundo da música, sublinhando que hoje as tabelas de vendas não têm o peso de antigamente. Foi sempre uma característica do baterista, atenção ao que se passava em redor e perceber tendências, mesmo hoje, septuagenário. É bom ver que Taylor está atento a isso. A estes pequenos marcos que a música da banda vai atingindo. Como o 1º lugar nas tabelas do disco ao vivo de Q+AL.

(foto de Lola Taylor)


1968, numa “jazz room”, no Imperial College: Conhece um tal de Brian May. E os primeiros sonhos de domínio global e a dose necessária de arrogância, sublinhados por Taylor como necessários ao triunfo e uma lição para os mais novos, cremos.


1969, véspera de Ano Novo, numa banca no Kensigton Market: Taylor recorda os tempos, a propósito de uma foto de 69, em que conheceu Freddie. Tempos duros, mas recordados com carinho por Rog. Tão duros que a ideia de uma saída à noite era conhecer raparigas para lhes sacar umas bebidas…

(foto do Instagram de Roger Taylor)


Roger Taylor e os Genesis: Uma das pérolas da entrevista. Apesar de Taylor revelar que eles não perguntaram “Queres juntar-te à banda”, ele ficou com a clara sensação que essa era a ideia quando o convidaram para ouvir umas músicas em estúdio e para uns copos a seguir. Rog também revelou que teve uma boa oferta de Ian Hunter e Mick Ronson. O baterista também deixou claro que, apesar de ter sido o primeiro a gravar um disco a solo, nunca teve ambições de deixar os Queen, mesmo que esse álbum tivesse sido um sucesso global.


A Night At The Opera: Sobre A Night At The Opera, Taylor não o considera o melhor álbum, sim o mais eclético. É uma opinião interessante, pois o baterista diz claramente que prefere vários outros. Revelação surpreendente, mas é possível que Taylor prefira as criações mais pesadas.


Queen e o punk: O “seu” Sheer Heart Attack, apesar de ter sido iniciada em 74, saiu só em 77, em pleno punk. Fica aqui a sensação de que, cronologicamente, Taylor já estava a trabalhar uma sensibilidade punk antes deste o ser, pois o ritmo da música sempre foi este. Sobre o famoso encontro com Sid Vicious, não ficou claro qual a real versão dos factos, apesar de Taylor o considerar uma pessoa “pouco inteligente”. Já Johnny Rotten teve direito a elogios. De novo, a sensibilidade rocker a vir ao de cima…


Hot Space e Under Pressure: Taylor, mais uma vez, a “bater” em Hot Space. Nada de novo aqui. É público a sua falta de afecto pelo disco. Sobre UP, a juntar a tudo o que é mais ou menos público, Taylor revela que foi ele e Bowie que terminaram a música em Nova Iorque, com poucos inputs do resto da banda. John e Bri nem sequer foram aos EUA. Ficamos com a sensação de que Under Pressure foi mesmo um acaso, resultado de uma noitada bem bebida e que esteve perto de nem sequer ser uma música… Fica a ideia que Bowie e Taylor eram os únicos a achar que a música valia a pena o investimento de tempo e dinheiro.


Os últimos anos de Freddie: Taylor revela que havia percebido, ainda em 86, que Freddie não estava bem fisicamente. Os 90s foram, para Taylor, uma década perdida, graças ao processo de luto e as dificuldades em lidar com isso. Foram 5 anos muito difíceis. Pessoalmente, imaginamos o quão duro deve ter sido fazer o concerto de tributo a Freddie e Made In Heaven. Por outro lado, Taylor afirma que se Freddie fosse vivo a banda estaria, muito provavelmente, junta mas de outra forma, sem tocar ao vivo.


A relação c/ Brian: Sempre foi a fonte das maiores desavenças dentro da banda, por causa dos arranjos e as notas, a relação com o guitarrista, apesar de hoje serem como “irmãos de outra mãe”. O ano de 2020, como sabemos, a nível de saúde, foi muito duro para Brian e Taylor mostrou-se bastante preocupado com isso, embora diga que May está em plena recuperação, tratando bem da forma física. Quando não está a… salvar uma formiga ou assim (Taylor a dar uma bicada ao “irmão”).


Adam Lambert: Existe uma música gravada com o vocalista, ainda que não esteja terminada. Sobre um álbum, Taylor não exclui a hipótese. Se Adam e Brian o quiserem, Taylor estará lá também.

(foto de Queen Productions)


Fim da 1ª parte. 2ª parte, Brian May


"RIP Edward Van Halen


Os nossos pensamentos e melhores desejos estão com o Alex, um incrível baterista de rock."


Esta foi a mensagem deixada pelo nosso Roger Taylor, no seu Instagram, sobre o triste desaparecimento de Edward Van Halen.

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